segunda-feira, 30 de maio de 2011

Biopirataria



Kauani Bastolla
1º29
Danielle Keitel



Saiba por que o Brasil está na mira dos piratas e indústrias estrangeiras de plantão.

Você acha que crime de pirataria é baixar um filme pelo computador? Sim, você está certo. Mas é também comprar uma Arara Azul no mercado negro. Infelizmente, o Brasil é uma das principais fontes do contrabando de fauna, com 15% a 20% do total mundial. Mais de 12 milhões de animais são tirados a cada ano daqui, agravando o risco de extinção de 208 espécies. Pessoas que buscam exemplares raros, assim como a indústria farmacêutica, que compra espécies venenosas de aranhas e serpentes estimulam o mercado internacional. Essa atividade é chamada de biopirataria.

Ou seja, a biopirataria é a prática ilegal de exploração, manipulação, exportação e comercialização de recursos biológicos de um país a outro. Brasil, Indonésia, China e Índia sofrem com esse processo descontrolado. Temos o título de maior biodiversidade mundial, e por isso nossa fauna e floras estão na mira dos biopiratas e indústrias estrangeiras. Uma tentativa de resolver problemas dessa exploração foi a criação, em 1992, da Convenção da Diversidade Biológica, que busca regulamentar os recursos biológicos e a sua comercialização.

Muitos contrabandistas se passam por turistas, cientistas bem intencionados e conseguem entrar em contato com integrantes de comunidades que passam todo o seu conhecimento aos interesseiros de plantão, perdendo o controle sobre os recursos gerados pelo seu conhecimento. Por aqui, a biopirataria se concentra, principalmente, na Amazônia e, ainda, na Caatinga, Pantanal e Mata Atlântica.

A internet é um dos meios mais utilizados para a venda ilegal de animais silvestres. E a pena para os traficantes é de seis meses a um ano de prisão, além de multas de até R$ 5,5 mil por exemplar apreendido. De cada 10 animais traficados, nove morrem antes de chegar ao seu destino final.






  
A captura acontece em lugares em que há grande biodiversidade, como a região Norte, o Pantanal e o Nordeste - regiões pobres do ponto de vista sócio-econômico. Depois, o animal passa por vários intermediários até chegar aos grandes comerciantes que ficam no eixo Rio - São Paulo.
Se você quiser fazer uma denúncia, ligue para a linha Verde do IBAMA: 0800- 61 8080. Ou então, entre em contato com Rede Nacional contra o Tráfico de Animais Silvestres RENCTAS, pelo e-mail renctas@renctas.org.br.

Prejuízo
Cálculos feitos, em 2006, pelo Ibama, mostram que o Brasil tinha um prejuízo diário de US$ 16 milhões graças à biopirataria internacional. As matérias primas e os produtos brasileiros saem daqui e são patenteados em outros países. Com isso, as empresas brasileiras não podem vender esses produtos no mercado internacional e, inclusive, são obrigas a pagar royalties para importá-los.

Sem falar nas plantas nativas que saem ilegalmente do Brasil. São 20 mil extratos que saem por ano e que servem para fabricação de remédios. Como resolver o problema? Na prática, não há como proibir que pessoas e empresas patenteiem recursos biológicos e conhecimentos tradicionais sobre a fauna e a flora dos lugares. Mas existem normas que, regidas por leis internacionais, deveriam ser seguidas. Como aquela que orienta a repartição dos lucros gerados pela utilização de técnicas tradicionais e de recursos naturais por meio do pagamento de royalties às comunidades ou aos países de onde foram apropriados. Mas é claro que, na maioria das vezes, isso não acontece.


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